No próximo dia 28 de junho haverá eleição para diretor de escola da rede estadual de ensino. É isso mesmo: “Eleição para diretor de escola”, somente. Esta é uma das recentes mudanças estabelecidas pela Secretaria de Educação do Estado. O voto a ser atribuído ao(s) candidato(s) pelos segmentos da comunidade escolar se constitui apenas na quarta etapa de um processo de escolha, precedido de outras três. A primeira foi o Curso de Formação Continuada de Gestores de Educação Pública, com carga horária de 40 horas e a segunda, a realização de uma Avaliação de conhecimento sobre gestão escolar.
Foram dois momentos que geraram muita controvérsia perante aos profissionais de educação, por algumas razões que merecem consideração: muito conteúdo para pouco tempo de preparação, sendo parte do material fora de contexto e da realidade; avaliação que serviu unicamente para mensurar conhecimento, não priorizando aspectos importantes como experiência, competência, capacidade de gestão, habilidades, credibilidade e respeito.
A terceira etapa consiste na elaboração e apresentação do plano de trabalho para o triênio 2011/2014. Apesar de tudo, é um instrumento importante, onde a escola necessita de fazer valer ao máximo a sua autonomia, num momento em que diretrizes serão apresentadas, para que entrem em vigor já a partir de agosto. Nele deve se busca traçar metas e ações, tendo em vista atingir os resultados da ação educacional previstos na legislação. Além do que é um objeto de reflexão por parte do coletivo da escola como um todo. A partir dele surgirão os caminhos a serem trilhados na ação educacional, materializados na forma de proposta pedagógica, planos de curso anuais e o plano de gestão escolar, incluindo todos os dados e informações, diretrizes e normas de trabalho pedagógico e administrativo.
O processo se completa com a quinta etapa, quando o candidato eleito adere compulsoriamente ao curso de especialização para gestores de educação, sob pena de exoneração, caso não a conclua.
Essas e outras mudanças contidas na Portaria nº 2783/SEDUC implicam diretamente na vida de cada unidade escolar, sempre causando muita preocupação, deixando de contemplar muito do que foi discutido e realizado pela comunidade escolar nos últimos anos. Isso contrapõe a ideia de democracia, que sugere não ser apenas a lei da maioria e sim a lei da maioria, respeitando o direito das minorias.
Ainda que com tantas restrições a eleição na escola é um momento imperioso e fruto das conquistas, alcançadas as expensas de muita luta e suor. Aproveite esse período para manter o seu ideal de cidadania, democracia e comprometimento com o que faz. Participe ativamente na elaboração do plano de ação, da campanha, da eleição, do período pós-eleição e, enfim, de todos os momentos da escola, em busca da unidade, da harmonia e da paz.
Somos qualificados, capacitados, aptos, persistentes, movidos a desafios e, mesmo abatidos pelo cansaço, continuamos acreditando que temos competência para construir uma educação pública cada vez mais sólida, capaz de romper barreiras e mazelas que nos são apresentadas. A aprendizagem é o nosso selo e a nossa marca. Os carregamos por ser algo sagrado, voltados singularmente ao aluno, razão ímpar de nossa profissão.
Finalizo as minhas palavras com a célebre frase de Albert Einstein sobre a importância da escola em nossa vida: "Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos".
Nilson A. de Araújo
Professor de História
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